ONU alerta que 2025 deve ser um dos anos mais quentes já registrados

Relatório da OMM aponta recordes de calor, aumento de gases de efeito estufa e alerta para riscos climáticos

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou nesta quarta-feira (6) que o ano de 2025 caminha para ser o segundo ou terceiro mais quente já registrado. O boletim, divulgado às vésperas da COP30 em Belém (PA), mostra que a concentração de gases de efeito estufa e o calor dos oceanos atingiram níveis sem precedentes, reforçando o avanço preocupante da crise climática.

Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, “essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta”. Mesmo assim, ela reforçou que ainda é “possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”.

O relatório também foi citado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, durante discurso na Cúpula dos Líderes em Belém. “Em cada ano em que se ultrapassar o limiar de 1,5 °C, as economias serão severamente afetadas, as desigualdades se agravarão e ocorrerão danos irreversíveis”, alertou. Ele defendeu ação imediata e em larga escala para conter o aquecimento global.

De acordo com a OMM, entre janeiro e agosto deste ano, a temperatura média global ficou 1,42 °C acima da era pré-industrial, ligeiramente abaixo do recorde de 2024 (1,55 °C). Mesmo assim, os últimos 11 anos foram os mais quentes desde o início dos registros. O relatório aponta ainda que as concentrações de dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O) voltaram a quebrar recordes, impulsionadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis.

O documento, divulgado às vésperas das negociações sobre o novo financiamento climático global, destaca que mais de 90% do excesso de calor é absorvido pelos oceanos, intensificando tempestades, acelerando o derretimento das geleiras e elevando o nível do mar. A OMM conclui que “os indicadores climáticos continuam soando alarmes, e o mundo não está no caminho para cumprir o Acordo de Paris”.

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