EUA revogam visto de secretário brasileiro por ligação com ‘Mais Médicos’

EUA acusam Brasil e OPAS de intermediar trabalho forçado de médicos cubanos no programa

O governo dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Brasil, e de Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro e atual diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). A decisão, revelada pelo secretário de Estado Marco Rubio, está ligada à participação de ambos no programa Mais Médicos.

Segundo Rubio, a iniciativa — criada em 2013 para suprir a falta de médicos em regiões carentes — utilizou profissionais cubanos de forma irregular, com intermediação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O governo norte-americano acusa o esquema de “trabalho forçado” e de beneficiar o regime cubano, violando sanções impostas por Washington.

O comunicado do Departamento de Estado afirma que os envolvidos “foram responsáveis ou participaram da implementação do programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando sanções e repassando recursos ao regime cubano”. De acordo com a nota, dezenas de médicos relataram exploração e falta de liberdade durante a atuação no Brasil.

Esta não é a primeira medida do governo Trump contra autoridades brasileiras. Recentemente, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, também tiveram vistos suspensos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as ações como “arbitrárias” e contrárias aos princípios da soberania entre nações.

O Mais Médicos foi substituído em 2019 pelo programa Médicos pelo Brasil, mas relançado em 2023 com novas diretrizes. Atualmente, conta com mais de 24 mil profissionais atuando em mais de 4 mil municípios e distritos indígenas, priorizando médicos brasileiros e estrangeiros habilitados.

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