Enel Ceará é multada em R$ 28,7 milhões por falhas no serviço

Multa aplicada pela Arce aponta atrasos, má prestação de serviço e milhares de reclamações.

A Enel Distribuição Ceará foi penalizada com uma multa de R$ 28,7 milhões pela Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) devido a falhas na prestação de serviços. A penalidade foi motivada por atrasos no atendimento a novos pedidos de ligação de energia e pela grande quantidade de reclamações registradas contra a empresa.

Entre abril e agosto de 2024, a Arce realizou uma fiscalização que constatou o descumprimento dos prazos legais para atendimento, com um índice de atraso superior a 28,7%. A análise incluiu pedidos de novas conexões e solicitações de obras na rede elétrica.

Segundo dados da Aneel, somente em 2024, a Enel Ceará foi alvo de 12.856 reclamações de consumidores. Em 2025, até o dia 24 de abril, já foram registrados 4.208 novos relatos de problemas relacionados aos serviços prestados pela distribuidora.

A empresa declarou que já foi notificada e que irá “responder dentro dos prazos regulamentares estabelecidos”. Sobre as obras, a Enel explicou que os dados usados pela Arce referem-se ao período entre 2022 e 2023, marcado por um alto volume de solicitações.

A Enel informou ainda que está ampliando em 30% o número de equipes de extensão de rede e que investirá R$ 7,4 bilhões até 2027 para melhorar o atendimento. O valor representa um aumento de 54% em relação ao plano anterior.

Além disso, a distribuidora anunciou a contratação de 1.340 novos profissionais entre 2025 e 2026 para reforçar as operações em campo. A empresa afirmou seguir comprometida com a melhoria contínua dos serviços em todo o estado.

O presidente da Arce, Rafael De Paula, destacou a reincidência das infrações e disse que a multa visa garantir o cumprimento da lei. “Nós não queremos o dinheiro da Enel, mas sim que os serviços sejam prestados da forma como deve ser”, afirmou.

Em 2024, a Enel já acumulou R$ 53,8 milhões em multas aplicadas pela Arce — valor mais alto dos últimos seis anos. Entre as penalidades, destacam-se sanções por quedas frequentes de energia e atrasos em obras, das quais apenas uma, no valor de R$ 14 milhões, já foi quitada.

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