Governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) manifestou apoio a uma eventual reconciliação entre os irmãos Cid (PSB) e Ciro Gomes (PDT), mas descartou qualquer possibilidade de aliança política com o pedetista. Em entrevista à revista Veja, publicada na sexta-feira (21), Elmano destacou que a postura de Ciro inviabiliza uma relação política produtiva.

O petista foi questionado sobre o crescimento do PSB de Cid, que elegeu o maior número de prefeitos nas eleições municipais de 2024 no Ceará, e se isso representaria uma ameaça à hegemonia do PT no estado.

“Não vejo como ameaça um partido da base aliada crescer. No que diz respeito à aproximação dos irmãos, enquanto família, espero que reatem suas relações pessoais. Mas, do ponto de vista político, a postura que o Ciro tem hoje em relação ao PT, em especial ao presidente Lula e ao ministro Camilo Santana, é inaceitável e inviabiliza termos um relacionamento político positivo”, declarou o governador.

Para Elmano, as posições recentes de Ciro estão “desvinculadas da realidade” e isso tem impactado negativamente seu desempenho político. “É só olharmos os últimos resultados eleitorais no Ceará: o grupo político que o Ciro expressa não elegeu praticamente nenhum prefeito. A população está dando um recado claro para ele”, afirmou.

O rompimento entre Cid e Ciro

Os irmãos estão afastados desde 2022, quando divergiram sobre a candidatura ao governo do estado. Cid defendia a reeleição de Izolda Cela (então no PDT, hoje no PSB), que assumiu o governo após a saída de Camilo Santana para disputar o Senado. Já Ciro apoiava a candidatura do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), que acabou derrotado nas urnas.

Após a ruptura, Cid migrou para o PSB, levando consigo vários aliados para o partido, que no Ceará é presidido por Eudoro Santana, pai de Camilo. Nas eleições municipais de 6 de outubro, o PSB obteve 65 vitórias nos municípios cearenses, enquanto o PDT conquistou apenas cinco prefeituras.