Curi, chefe da Polícia Civil do Rio: “Fizemos o que nem FBI e CIA fariam”

Felipe Curi afirma que ação teve planejamento de mais de um ano e “mudará a história da segurança pública do estado”

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, declarou nesta quarta-feira (29) que a operação conjunta nas comunidades do Alemão e da Penha representou “o maior baque já imposto ao Comando Vermelho em toda a sua história”. Segundo o chefe da corporação, o objetivo foi retirar líderes criminosos das áreas urbanas e levá-los para regiões de mata, onde ocorreu o confronto mais intenso.

“Decidimos aumentar o risco para as nossas tropas para proteger a população. Encontramos um cenário de guerra. O Rio vive guerra”, declarou Curi, ao destacar o planejamento de mais de um ano que envolveu as tropas de elite. Ele classificou o local de atuação como o “QG do Comando Vermelho”, de onde a facção coordenava o tráfico e ataques a outras regiões.

O secretário comparou o resultado da ação a operações anteriores e afirmou que “não encontra paralelo, nem no Alemão em 2010”. Em resposta a críticas sobre o uso excessivo da força, ele foi enfático: “Chacina é quando há morte indiscriminada. Ontem cumprimos mandados. Quem optou pelo confronto foi neutralizado.”

Curi também ironizou a ideia de substituição das forças estaduais por órgãos federais. “Pode chamar CIA, FBI e até a Nasa. Não vão fazer o que fazemos aqui”, afirmou. Ele informou ainda que um inquérito foi aberto para investigar moradores que teriam removido roupas e objetos de criminosos mortos, caracterizando possível fraude processual.

Segundo o balanço divulgado, a operação resultou em 132 mortes (incluindo quatro policiais), 113 prisões, sendo 33 de outros estados, além da apreensão de mais de 100 armas, 14 explosivos e toneladas de drogas. “Nunca vou esquecer este dia. Tivemos quatro heróis que deram a vida pela sociedade. A operação de ontem mudará a história da segurança pública do Rio”, concluiu Curi.

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