O governo federal apresentou nesta sexta-feira (10), em São Paulo, um novo modelo de financiamento para compra da casa própria. A medida busca fortalecer o crédito imobiliário, ampliar o acesso da classe média à moradia e impulsionar a construção civil, com expectativa de movimentar R$ 111 bilhões no primeiro ano de vigência.

Segundo o Palácio do Planalto, o valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Além disso, a Caixa Econômica Federal voltará a financiar até 80% do valor do imóvel pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), retomando o percentual anterior a novembro de 2024, quando o limite havia sido reduzido para 70%.

As novas regras também alteram a destinação dos recursos da poupança. Atualmente, 65% do montante captado deve ser aplicado em crédito imobiliário, enquanto 20% fica retido no Banco Central. Com a mudança, até 5% desses valores poderão ser usados para ampliar os financiamentos habitacionais, reduzindo gradualmente os depósitos compulsórios.

De acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, o novo modelo beneficiará famílias da classe média que estavam sem acesso ao crédito: “Essa medida atende a uma faixa da população que estava sem acesso a crédito habitacional”, afirmou. A expectativa é de que a Caixa possa financiar até 80 mil novos imóveis com juros abaixo da taxa básica da economia.

A transição para o novo sistema será gradual e deve ser concluída até janeiro de 2027. A partir daí, os bancos terão maior flexibilidade para usar os recursos da poupança e outros instrumentos financeiros, como LCIs e CRIs, ampliando a concorrência e o volume de crédito disponível para o setor imobiliário.