Quase metade do litoral do Ceará sofre com a erosão costeira causada pelo avanço do mar, segundo um estudo inédito. O Plano de Ações de Contingência para Processos de Erosão Costeira do Ceará (PCEC) aponta que 47,5% da costa do estado apresenta processos erosivos, com 16 praias sob risco elevado.
Apresentado na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), o estudo foi desenvolvido pelo Projeto Planejamento Espacial Ambiental (PEA) dentro do Programa Cientista Chefe Meio Ambiente (CCMA/Sema/Funcap). A pesquisa utilizou sensoriamento remoto para mapear alterações na linha costeira entre 2016 e 2024, classificando 553 pontos em quatro categorias:
- Erosão Crítica: 215 pontos com perdas superiores a -1 m/ano;
- Erosão: 48 pontos com perdas entre -0,5 e -1 m/ano;
- Estabilidade: 91 pontos com variação entre -0,5 e 0,5 m/ano;
- Progradação: 199 pontos com ganhos acima de 0,5 m/ano.
O Litoral Oeste concentra os pontos mais críticos, exigindo intervenções urgentes. As áreas analisadas foram classificadas em:
- Núcleos de Erosão Crítica, com impactos evidentes ou iminentes, incluindo praias como Picos/Peroba (Icapuí), Canoé/Canto da Barra (Fortim), Iguape (Aquiraz) e Icaraí e Tabuba (Caucaia).
- Núcleos de Atenção, com sinais iniciais de erosão e risco futuro, como Pontal do Maceió (Fortim), Lagoinha (Paraipaba) e Tatajuba (Camocim).
Destaque do levantamento é a inclusão das praias de Pontal do Maceió e Jericoacoara entre as áreas afetadas, reforçando a necessidade de medidas preventivas para conter os avanços do mar e proteger a costa cearense.
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