Após receber alta no domingo, 23, o Papa Francisco segue em recuperação, realizando fisioterapia respiratória. Durante sua internação para o tratamento de pneumonia, o pontífice enfrentou momentos críticos, como relatou um dos médicos responsáveis por sua saúde. Em entrevista ao jornal Corriere Della Sera, o chefe da equipe médica, Sergio Alfieri, revelou que chegou a ser cogitada a interrupção do tratamento.

“Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir ou forçá-lo e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco muito alto de danificar outros órgãos. E no final nós tomamos esse caminho”, explicou Alfieri.

O médico destacou o pior momento da internação, que ocorreu em 28 de fevereiro, quando o estado de saúde do papa piorou significativamente. “Foi o pior momento. Pela primeira vez vi lágrimas nos olhos de algumas pessoas ao seu redor. Pessoas que o amam sinceramente, como um pai”, lembrou Alfieri.

O pontífice estava ciente da gravidade de sua condição e, como contou o médico, ele sabia que aquela noite poderia ser a última. “Vimos que estava sofrendo. Mas desde o primeiro dia ele nos pediu para lhe contar a verdade. Nunca nada foi modificado ou omitido”, afirmou.

Massimiliano Strappetti, assistente pessoal do Papa, afirmou que a equipe médica buscou todas as alternativas possíveis, o que resultou em uma melhora gradual. No entanto, um novo episódio de broncoaspiração enquanto se alimentava gerou grande preocupação. Alfieri comentou: “Posso dizer que duas vezes a situação foi perdida e então aconteceu como um milagre”.

O Vaticano comunicou que o Papa Francisco continua em tratamento com medicação e fisioterapia respiratória, que são essenciais para sua recuperação. Ele tem celebrado missas na Capela da Casa de Santa Marta, mas não recebeu visitas recentemente e ainda não há previsão de uma nova aparição pública.